- Quando foi esta foto tirada?
- Janeiro 1974.
- Que idade tinha nesta foto?
- 18 Anos.
- Na altura, sabia da existência da PIDE ou
conhecia casos da intervenção desta?
- Sim, sabia que existia, apesar de os jornais não
publicarem estes casos. Ou seja, tudo o que sabia vinha de conversas que ouvia.
- Para além destas situações, sentia a ação da
censura?
- Sentia-se bastante a censura...não só nos jornais
como na rádio. Por vezes as canções ou artigos eram publicados e só eram
retiradas mais tarde quando se davam conta do seu verdadeiro significado ,como
as canções do Zeca Afonso.
- Quais foram as maiores diferenças que sentiu com
o 25 de abril?
- Esta foi uma revolução fundamental para o
desenvolvimento económico e social de Portugal. Foi com o 25 de Abril que
passámos a poder dizer aquilo que pensávamos e a defender aquilo que achávamos
justo.
- O seu marido chegou a ir para a Guerra Colonial?
- Não...Ele entrou para a tropa em Março de 1974,
pouco antes do25 de Abril e, visto que a Guerra Colonial ainda permanecia nesta
altura, foi por sorte.
- Há algo de
que sente falta do antigo regime?
- O respeito é o que faz mais falta...Tudo isto melhoraria um
bocado se também fosse melhorada a educação, na qual se tem apostado cada vez
mais, mas não tem dado muito bom resultado.
- Para a atual situação, considera que “faz falta
alguém como Salazar”?
- Ainda continua a haver muitos erros no país. Mas
não nos podemos esquecer que
Salazar amordaçava as pessoas, retirava-lhes a
liberdade de expressão e isso é um erro injustificável.
- Por fim o que foi a revolução para si?
- Foi a mudança de um regime e, o mais importante,
o fim da guerra do Ultramar para onde seguiria o meu marido.
Esta entrevista foi feita a minha
avó Maria de Lurdes ,no mês de abril de 2015.
Catarina Vedor
9ºD
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