À sua
maneira, esta é uma fotografia de estúdio, cerimoniosa como todas as
fotografias de estúdio.
Olhando
atentamente para o chão, verificamos que ela foi tirada ao ar livre (como o
eram no século XIX todas as que eram feitas fora do ateliê por causa da luz) ,
bastando duas cadeiras e um pano colocado atrás para que o cenário se
construísse.
Data de
finais do século XIX, desconhecendo nós o motivo que justificou a ida do
fotógrafo para registar toda esta pompa e circunstância. A senhora que aparece
atrás ao centro é a progenitora desta considerável prole, tendo enviuvado não
há muito tempo. Coube-lhe gerir com mão firme os pertences da família, coisa
digna de memória no Alentejo dessa altura, mais concretamente em S. Cristóvão,
Montemor- O- Novo.
(fotografia
gentilmente cedida pela D.Edviges)
Temos várias dessas fotos de família, eram todas tiradas assim mesmo, ao ar livre e com um pano de fundo.
ResponderEliminarViva,Sonia.
ResponderEliminarHá um poema de Carlos Drummond de Andrade a propósito destas fotografias que a dada altura diz o seguinte:
"Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes
e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos.
Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava
que rebentava daquelas páginas."
Obrigado por voltar.