O ensino no tempo do meu avô
A imagem acima mostra o diploma de
habilitação da 4ª classe do ensino primário do meu avô, que concluiu as provas
de exame da 4ª classe do ensino primário a 28 de junho de 1974. O meu avô foi
uma das muitas pessoas que só frequentou a escola até ao quarto ano, pois teve
de desistir da escola para ir trabalhar de forma a poder ajudar financeiramente
a sua família, como acontecia com muitas crianças naquela altura. Pois, a
situação económica da maioria da população era muito débil, e não existia, como
hoje em dia, legislação para a escolaridade obrigatória.
O ensino primário na década de 70 era
muito rígido e severo para alguns alunos, pois sofriam por parte dos
professores na época punições, como reguadas, palmadas e outros castigos. As
matérias lecionadas eram mais aprofundadas, e no caso da disciplina de História
era dada de acordo com o regime político vigente. Também existiam escolas para
rapazes e escolas para raparigas, estando os dois géneros separados. E ainda,
existiam diferenças nas disciplinas para rapazes e raparigas, as raparigas
tinham a disciplina de “lavoures” onde aprendiam a costurar, a bordar, a fazer
ponto cruz, entre outros e os rapazes tinham de pertencer à Mocidade
Portuguesa.
Depois de um
longo período de ditadura, quando o meu avó recebeu o seu diploma, Portugal vivia
os primeiros meses em liberdade e com a promessa da instauração de um regime
democrático, depois do derrube do Estado Novo pelos militares na Revolução de
25 de Abril de 1974. O país estava entregue a uma Junta de Salvação Nacional,
sendo o Presidente da República o General António Spínola e o Primeiro-ministro
Adelino da Palma Carlos.
Carlota, 9.ºA
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