19 março 2020

O pote de ferro da minha bisavó





Este pote pertence à minha bisavó Maria Augusta.
Durante muitos anos ela cozinhou nestes potes. Eles eram colocados sobre as brasas ou lume e era onde se cozinhavam os alimentos.

Os meus bisavós, do lado meu pai, viviam no interior do país, na Beira alta, a 20 km do rio Douro.

Conta o meu avô (nascido a 1947) que base da confeção  alimentar naqueles anos passava por estes Potes. Numa região em que havia muita lenha, eles eram um dos utensílios principais numa cozinha. 
Como não havia frigoríficos, os alimentos eram cozidos, fritos, fumados ou salgados. Havia ainda alguns que eram conservados em vinagre e ou gordura.





Nos estratos sociais mais pobres, muitas casas não tinham cozinha.

No inicio do seculo XX e talvez antes, existia um canto aonde era possível uma lareira, que servia não só para cozinhar os alimentos, a maior parte das vezes com esta panelas, mas também para fumá-los.
 O fumo permitia conservar alguns alimentos, como a carne.
As panelas de ferro eram muito utilizadas no século passado para confeção dos alimentos ao calor da lareira.

A minha bisavó já não está em condições de contar estórias sobre o pote, por isso recorri aos meus avós.

 Questionei também o meu avô alentejano sobre se se utilizava estes utensílios na cozinha. Este disse-me que não, que no Alentejo eram usadas, ao contrário do centro e norte, panelas de barro e panelas de fogo e que os potes serviam para apanhar água, azeitona, servindo raramente como  um auxiliar na cozinha.

Francisco Pereira 9ºG


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