07 fevereiro 2009

Promessa cumprida


A nonagenária que cedeu a fotografia e é a criança do lado esquerdo da mesma, relatou um drama e uma história de amor, recomendando que não fosse referida nem uma nem outra.
Deixamos aos que nos visitam elementos que podem interessar sem comprometerem a promessa feita:
- uma criança nascida tão longe e que terá adormecido mais do que uma vez com o som do marulhar das águas da baía de Díli e não regressou.
- uma mulher e duas filhas que atravessaram o mundo para não ficarem longe do oficial da Marinha em comissão de serviço em Timor durante um ano. Nos anos vinte…
A senhora, segundo palavras suas, conseguiria voltar ao mesmo sítio e encontrar a casa onde viveu durante perto de um ano.
Não houve coragem de lhe dizer que talvez algumas coisas tenham mudado. Ou que ninguém tem a certeza disso.

6 comentários:

  1. A nossa imaginação pode-nos levar a tantas histórias.
    Parece qe comecei a entrar num livro.
    Beijos e bom fim de semana.

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  2. Obrigado por ter vindo e espreitado o "livro". A História,qualquer história começa assim...
    Beijos e bom fim-de-semana também.

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  3. ...é linda esta promessa, texto belíssimo e bem adaptado à imagem e ao que dela se sabe. Fez-me lembrar o documentário "A Dama de Shandor", que relata a preservação de uma casa da época do "império" por uma goesa nonagenária, neste caso não há deslocações no espaço, a viagem acontece no tempo de vida da própria senhora e da casa que ela teima em preservar...

    Belíssimos texto e e imagem!

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  4. A promessa é verdadeira, tal como o apreço das suas palavras.Obrigado.
    A História também era saber como foi para cá a viagem de barco...mas isso não se pode contar...Promessas são promessas.
    Se a História não tivesse densidade humana não havia nada para investigar.

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  5. Agatha Christie diz, na sua autobiografia, que não se deve voltar a um lugar onde se foi feliz. Precisarei meditar mais até ter certeza de que subscrevo. Porém, os lugares de infância, os de férias sobretudo, pois que os outros os vou fazendo, a cada retorno, porque algo espaçado, vou assistindo a mudanças que doem. Talvez antes deixá-los suspensos no seu tempo. Não regressar é regressar todos os dias, à memória intocada.

    Mas no que a esta fotografia e texto refere, que bonito é cogitar, romancear, poder reconstruir uma vida, vidas. Ponto de partida para um magnífico romance.

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  6. Muito obrigado pela visita e pela reflexão que nos deixa.
    Apareça mais vezes.

    um beijinho

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