31 janeiro 2009

Militares portugueses em 1947


Portugal escapa à II Guerra Mundial como escapa a tudo e provavelmente a si próprio. O país sente os efeitos colaterais, as privações, os maiores ou menores incómodos indirectos do conflito.
A distracção em relação à vitória das democracias sobre os regimes totalitários é um preço que paga por um pouco mais de ração para o gado ou o estado intacto dos lustres nas festas que continuam …
Estes militares, que não terão tido outras dificuldades que as decorrentes da sua recruta, pousam para a eternidade com uma bonomia liceal, quer dizer, esta podia ser uma fotografia para um álbum de fim de curso.
Não consigo imaginar uma fotografia semelhante tirada por soldados americanos ou ingleses em 1947.
Não falo no cãozinho no canto inferior esquerdo de propósito. Nesta fotografia só ele me interessa. Mas isso já com R. Barthes e o seu “punctum” ficou esclarecido.

3 comentários:

  1. Lindo texto!! Os meus parabéns pela sua escrita e alma.

    Imagem e escrita muito bem associadas, dá gozo lê-las!

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  2. Olá gosto muito deste texto porque estou a dar isto em história :)
    Mas não dá para perceber a ultima frase.
    Gosto muito do blog.
    bjos

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  3. Obrigado,GR,pelas suas palavras.
    Isto é um projecto que implica mais gente e onde os alunos são incansáveis.Do balanço que é possível fazer o que mais agrada é ter posto pais e filhos e avós a mexer nas gavetas e a falar da "sua"história.

    Liliana,vamos lá a ver como é que me safo desta...
    A última frase tem a ver com isto- quando olhamos para uma foto,aquilo que nos atrai nela nem sempre é o motivo principal.Às vezes é um pormenor que nos encanta e quase nos hipnotiza.O "punctum"é mais ou menos isso.Várias pessoas podem gostar muito da mesma foto por motivos diferentes,e o que as faz reparar mais numa e não noutra é um pormenor secundário ao tema.
    Servi para alguma coisa?
    um beijinho

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