04 novembro 2008

Passeio de barco, 1929

Longe da praia e dos olhares dos raros banhistas (chegar à praia mais próxima, a Figueirinha, seria já por si uma aventura em 1929), os rapazes permitem-se um momento íntimo de liberdade – baixam a parte de cima da sua camisola de alças, obrigatória na altura.
Quase consigo ouvir o barulho dos remos na água, as suas risadas... os gritos por causa das correntes do Outão…
O tempo não poupou esta fotografia. Prova-o o seu lento amarelecimento, essa espécie de musgo.. Sobre esta fotografia, mais do que passar, o tempo parou, ou dormita. É sobretudo por isso que o seu amarelecimento não constitui preocupação alguma. Confio nessa neblina.

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