26 outubro 2008

Mãe com criança, 1932

Esta fotografia fascina-me pelo casulo de luz que a envolve. Portugal, no início dos anos 30 não era propriamente um país sem problemas…
Para esta mãe, nesse momento, nada mais existe.


“Em tudo o que fazia deixava sempre um fio solto, despercebido, por vezes soterrado pelas coisas, mas sempre, em qualquer parte, um fio vindo do lado de dentro, o único caminho possível, talvez, para regressar.
Um fio solto como um objecto antigo, uma folha seca, no meio de todos os outros um livro com uma página dobrada.
Há certas coisas que só as mulheres vêem, e sabem. Aprenderam-nas tecendo o tempo, sem pressa, durante todo este tempo em que foram encerradas.
Foi através dos seus fios que a maior parte dos heróis antigos conseguiu regressar a casa.”

Sem comentários:

Enviar um comentário